Categoria: Artigos
Data: 23/06/2023
Colossenses 3:1,2

“Portanto, se fostes ressuscitados juntamente com Cristo, buscai as coisas lá do alto, onde Cristo vive, assentado à direita de Deus.Pensai nas coisas lá do alto, não nas que são aqui da terra;”

Em face das heresias que estavam circulando na cidade de Colossos, que poderiam levar os crentes a terem uma imagem distorcida de Cristo, o apóstolo Paulo escreve-lhes com a intenção de apresentar-lhes a doutrina correta sobre quem é a pessoa de Cristo. Ele faz isso nos primeiros capítulos mostrando quem é Cristo e qual foi a sua obra em nosso favor. Entretanto, chegando no final do capítulo 2, e início do capítulo 3, o apóstolo começa a enfatizar o que essa visão correta a respeito de Cristo deve resultar em nossa vida prática. Destaca-se que, uma vez que fomos ressuscitados juntamente com Cristo, devemos ser levados a buscar as coisas que são do alto. Podemos observar que até o presente momento, Paulo estava expondo-lhes a ortodoxia, mas chegando no capítulo 3 verso 1, ele une a ortodoxia e ortopraxia. Isto é, em virtude do entendimento correto sobre quem é Cristo, como devemos agir? A resposta é: Buscando as coisas do alto, pensando nas coisas que são de cima (v.2).
Cristo sempre apontou para cima, e em seu ministério terreno, sempre estava levando os seus discípulos a assumirem uma perspectiva eterna, celestial, e não terrena. Em João 6 ele lhes disse que eles deveriam estar mais preocupados, primeiramente, em buscarem o Reino dos céus e a sua justiça. Cristo também disse aos seus discípulos que havia muitas moradas para eles na casa de seu Pai, levando-os a concluir que o seu verdadeiro lar, os aguardava, no céu.
O cristão que deseja vencer as tentações da carne precisa estar realizando o que os versículos expostos acima nos propõem. No entanto, pensar nas coisas que são do alto não devem ser encaradas como um castigo, mas sim uma atitude que gera prazer e deleite. Thomas Watson, em “O cristão no monte”, expõe que é um dever do cristão meditar na Palavra de Deus. Infelizmente, vivemos em uma sociedade que valoriza demasiadamente o entretenimento, longas horas para vídeo-games, redes sociais, resenhas, são pouco. Todavia, uma hora ou duas para orar, ou dedicar-se à Palavra podem parecer uma eternidade. Nesse sentido, há uma ruptura entre a nossa ortodoxia e a nossa ortopraxia. Uma ruptura entre aquilo que dizemos crer e aquilo que de fato realizamos em nosso dia-a-dia. Na teoria dizemos que amamos a Deus, mas na prática damos mais tempo e prioridade a outras coisas. É como se amássemos a Deus apenas na teoria, mas não na prática. Como está exposto na primeira pergunta do Catecismo de Westminster, o fim principal do homem “é glorificar a Deus, e gozá-lo para sempre.” Desse modo, pensar nas coisas de cima só é um castigo, ou uma tarefa muito árdua, para aquele que é mais amante das coisas terrenas. Enquanto que, aquele que realmente conhece a Deus, encontra prazer em pensar nas coisas que são do alto. John Piper escreve em “Em busca de Deus: A plenitude da alegria cristã” que o cristão deve buscar alegria em Deus, pois Ele não é uma figura frustrada, irritadiça, e que quer ser deixado em paz, mas na realidade é um Pai que está tão cheio de alegria que transborda para todos aqueles que estão sedentos. Sendo assim, pensar nas coisas que são de cima devem gerar em nós deleite, à medida que conhecemos mais o nosso Senhor e Salvador.
Cristo abriu mão de sua glória (e de todo prazer que tinha em sua glória) para ser castigado em nosso lugar. Em outras palavras, ele assumiu o nosso castigo para que hoje pudéssemos ter prazer em nosso relacionamento com o Pai. A ironia é que muitas vezes
buscar a Deus, fazer as coisas de Deus, pode parecer um castigo. Mas na verdade, castigo quem sofreu foi Cristo, para que hoje pudéssemos buscar a Deus, e pensar nas coisas do alto.
Por isso, não devemos receber essa graça em vão (2 Co 6:1). Devemos buscar a Deus, não como obrigação moral e religiosa, mas acima de tudo, buscarmos porque amamos àquele que nos salvou, nos perdoou e redimiu. Tendo ciência de quem Ele é e do que fez por nós, essa busca será uma jornada no qual encontraremos prazer inigualável ao que o mundo pode oferecer.

Autor: Eliel Queres   |   Visualizações: 35 pessoas
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